Como reconhecer um agressor?

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A cada 5 minutos, uma mulher é agredida no Brasil

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Ele sempre foi carinhoso, gentil e atencioso. As declarações de amor eram constantes. Realmente, ele sabia como fazê-la se sentir especial. Era tanto cuidado que, às vezes, ela se sentia sufocada, mas… Eles se amavam tanto que não valia a pena dar importância às “pequenas” crises de ciúmes, embora elas já tivessem se tornado frequentes.

Assim é a evolução da violência doméstica. Um dia ele eleva o tom de voz, no outro agride verbalmente, até que a agressão verbal cede lugar à agressão física.

De acordo com o estudo Mapa de violência, a cada 5 minutos uma mulher é agredida no Brasil. A pesquisa aponta que em 70% dos casos a agressão é cometida pelo ex-companheiro ou companheiro da vítima.

Os limites do relacionamento

Daí a importância de impor limites na relação. “É preciso manter os altos níveis no relacionamento. Toda vez que você abaixa o nível, abaixa o seu padrão a chance de ele continuar baixando é muito grande”, ressalta Renato Cardoso, apresentador do The Love School. “A pessoa tem que reforçar os limites numa relação e respeitá-los, porque o verdadeiro amor nunca fere. Não há desculpas para o abuso em nenhum tipo de relacionamento”, afirma.

Quando esses limites não são estabelecidos sempre haverá reincidência na má conduta, seja uma maneira rude de falar ou um empurrão aparentemente inofensivo. A partir daí para uma agressão física é um passo.

Reconhecendo um agressor

Recentemente, um caso de violência doméstica chocou a população de Goiás. A operadora de caixa, Mara Rúbia Guimarães, de 27 anos, teve os olhos perfurados com uma faca depois de ser torturada pelo ex-marido inconformado com a separação. Eles estavam separados havia 2 anos e, desde então, Mara vinha sofrendo constantes ameaças do ex-companheiro. Ela conta que durante os 6 anos em que estiveram casados sempre houve agressões verbais – ele a xingava, humilhava, tinha um ciúme doentio, mas, até então, nunca a havia agredido fisicamente.

É importante observar que, embora o marido de Mara Rúbia não a violentasse fisicamente, já apresentava um comportamento obsessivo, o que já era um indicativo de que ele era um agressor em potencial. É justamente a esses sinais que a mulher deve estar atenta, principalmente no inicio do relacionamento.

Fique atenta aos sinais

Para o psicólogo Alexandre Rivero, a pessoa que pratica a violência pode ter um transtorno de personalidade antissocial (psicopata), incapaz de colocar-se no lugar do outro. Sente-se “dono” de seu cônjuge, não manifesta empatia ou compaixão. Pode ficar muito violento quando não tem seus desejos atendidos. Suas manifestações de hostilidade, invasão, tentativas de quebrar regras e mentiras costumam manifestar-se desde o início da relação, atingindo o auge no correr do relacionamento. Essas pessoas, no início, apresentam comportamento obsessivo em relação a celular; não relacionam-se com amigos, concentram-se única e exclusivamente na pessoa amada, e têm controle exagerado da vida do outro.”

Como lidar com o problema

“A primeira coisa é não confrontar. Alguém tem que recolher primeiro. Se os dois se colocarem no mesmo patamar vai haver uma ‘explosão’. Enquanto os dois estão no mesmo ponto de disputa de poder, de disputa do controle, não tem pacificação. Alguém tem que ceder”, explica a psiquiatra Eliana Curátolo. Entretanto, vale ressaltar que tanto o provocador como o agressor tem culpa “Um que permite a agressão e o outro que abusa de permissividade do outro”, salienta.

É preciso encontrar um equilíbrio e o limite de cada um. “Os dois precisam olhar para si e mudar a maneira de lidar com a situação”, destaca Renato Cardoso.

Para o casal se manter bem é necessário haver respeito e admiração mútua, do contrário, o casamento estará fadado ao fracasso, ressalta a psiquiatra.

Denuncie

Infelizmente, a maioria das mulheres vítimas de violência doméstica não denuncia o companheiro. Algumas por medo, outras porque têm esperança de que o parceiro mude. Contudo, quando ela não busca ajuda das autoridades acaba incentivando a atitude agressiva. “É um erro não denunciar, não buscar proteção. A esperança está sempre ali, mas, como a gente tem visto nas tragédias que acontecem, muitas vezes essa esperança torna-se um pesadelo”, alerta o apresentador.

Projeto Raabe

Se você tem sido ou já foi vítima de violência doméstica e deseja ajuda, procure o Projeto Raabe. Criado para mulheres que sofrem com a violência doméstica e familiar, o trabalho do grupo conta com o suporte de voluntárias, que prestam apoio especializado, como orientação jurídica, psicológica, assistência social e emocional.

ArcaUniversal

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