As novas formas de cobrar sem constranger

caráter da pessoa, Centro de Ajuda local, uma chance maior,

money transferMesmo quem não gosta de cobrar os clientes, não pode fugir disso. Nos períodos de crise na economia e de renda restrita, há ajustes no bolso dos clientes e uma chance maior para calotes.

Frente ao crescimento acelerado da inadimplência, surgem as fintechs de cobrança e pagamentos, soluções tecnológicas para a economia que oferecem ferramentas digitais criativas e baratas para resolver essas pendências.

No Brasil, atualmente, há 244 fintechs e desse total 32% pertencem ao setor de pagamento e 10% ao de cobranças.

Um exemplo é a Lari Assistente Digital, um aplicativo para revendedoras e consultoras de marca que auxilia na cobrança das clientes. Por meio de mensagens amigáveis, ele lembra as clientes dos pagamentos pelo WhatsApp e atende três perfis: Séria, Fofa e Amigável. O aplicativo é gratuito.

Para empreendedores e autônomos, o aplicativo Moneto gerencia as cobranças dos clientes via e-mail e SMS. O vendedor define com um clique as formas de pagamento e parcelamento.

As grandes empresas estão confiando também a recuperação de créditos em opções como a Kitado e Quero Kitar, fintechs que tomaram o lugar das assessorias de cobrança e utilizam estratégias digitais de negociação.

Rodrigo Soeiro Ubaldo, presidente da Associação Brasileira de Fintechs, afirma que “as fintechs de cobrança/pagamentos surgiram também com a função social de incluir indivíduos que no cenário da inadimplência estão limitados, sem acesso a crédito e outras possibilidades. Elas também são geradoras de vagas de emprego”.

Ricardo Rocha, economista e professor do Insper, considera que as fintechs aumentaram a oferta de serviços e permitiram aos clientes fazer comparações. Apesar do sucesso delas, ele explica que ainda não existe uma pesquisa científica que comprove a eficácia de redução da inadimplência. “O problema do mau pagador é que ele é indiferente, seja ao WhatsApp, seja ao telefonema. Mas há quem reflita e aceite fazer a negociação. Tudo depende do caráter da pessoa. De qualquer forma, as fintechs oferecem serviços mais baratos e vantajosos”, comenta.

Pagamentos

A revolução digital chegou também aos pagamentos, com apps para celulares que cumprem a função de maquininhas de crédito/débito (Stone, Moneto), pagamentos por aplicativos (Ewally) ou a pulseira da Atar Band, que permite pagar tudo aproximando o pulso de qualquer maquininha de cartão.

Segundo o estudo Radar Fintech 2017, hoje as fintechs de pagamentos se dividem em três nichos: gestão de pagamentos (que organizam as contas a pagar das empresas), pagamentos pré e pós-pagos (efetivação por meio de cartões de crédito) e adquirentes (fornecedoras de maquininhas virtuais e comércios eletrônicos).

Para Ricardo Rocha esta é uma área em crescimento que veio para ficar e os empresários não podem ficar reativos: eles devem se atualizar para usar esses serviços. No Brasil, ele afirma que a mudança teve início no setor de turismo em que “os comerciantes já se preocupam em viabilizar todos os meios de pagamentos tradicionais e virtuais” diz.

Rocha conclui que no Brasil a prestação desses serviços de forma virtual é bem-aceita pelos pequenos empresários e pelo varejo e que a perspectiva é de crescimento.

Dicas importantes

Ricardo Rocha, economista e professor do Insper, recomenda alguns cuidados na hora de delegar a cobrança dos clientes às fintechs:

Verifique a qualidade: avalie o fluxo de negócios da start up e seu funcionamento.

Faça um contrato: tente estabelecer um contrato com a fintech, mesmo que ele seja virtual. Você deve ter documentos que o Código Civil reconheça, caso haja problemas posteriores com os devedores.

Consulte um advogado: ele deve ser especializado em direito digital e poderá orientá-lo quanto a sua escolha e se a fintech tem amparo legal.

Referências do mercado: procure quatro pessoas que já utilizam os aplicativos e peça informações sobre a experiência que tiveram. As taxas pelos serviços devem ser menores do que as do mercado tradicional.

Na hora da cobrança

Radar de bons pagadores: crie um registro de bons pagadores e foque mais em vender para eles.

Use lembretes e recordações: lembre seus clientes antes da chegada da data do pagamento. Dessa forma, eles não se esquecem e se organizam.

Use canais modernos: na hora da cobrança, lembre de forma leve os atrasos, por meio de SMS, e-mail ou WhastApp, sem exagerar na frequência de envio das mensagens.

Controle as emoções: mesmo com raiva, mantenha o autocontrole. Não brigue: você perderá o cliente, o dinheiro e ainda poderá ser processado por danos morais.

Converse: se não houve resposta, procure conversar de forma pessoal com o cliente, mas tenha cautela. Constranger o devedor fere o Código de Defesa do Consumidor.

Quer aprender a enfrentar as dificuldades do mercado de trabalho e se tornar uma pessoa vencedora? Então, não perca as reuniões do Projeto Independência, que acontecem todas as segundas-feiras, no seu Centro de Ajuda local.

Gostou? Então compartilha:

Deixe um comentário