Busca insana

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A procura desesperada pela perfeição estética e suas consequências

O que pode ser considerado como ideal de beleza?

Depende.

Na década de 1930, por exemplo, o padrão de beleza era bem diferente do da década de 1960, que, por sua vez, era diferente do que temos hoje.

Se olharmos mais lá atrás – no período Renascentista – perceberemos que o padrão de beleza da época era exatamente o contrário do de hoje. Gordura era sinônimo de beleza, de fartura, enquanto que magreza simbolizava pobreza.

Podemos dizer então que o conceito de beleza é mutável.

jNos dias atuais, modelos como Gisele Bündchen (foto ao lado) são consideradas ícones de beleza. Mulheres do mundo inteiro espelham-se nelas. Enquanto que na década de 1950, Marylin Monroe (foto abaixo) era o modelo de beleza feminina. Dois padrões completamente opostos.

Portanto, o conceito de beleza está mais relacionado à época do que propriamente ao tipo físico. Não existe uma referência permanente de beleza. Ela muda através dos tempos.

O que hoje é considerado belo, amanhã pode não ser mais.

Nas últimas décadas, a busca pela perfeição estética – imposta pela indústria da moda e pelos meios de comunicação – virou obsessão.

O Brasil está em segundo lugar no ranking de países que mais realizam cirurgias plásticas, perdendo apenas para os Estados Unidos. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), só em 2012 foram realizadas 300 mil cirurgias estéticas no País.

Não há nenhum mal quando se busca um tratamento estético ou até mesmo um procedimento cirúrgico a fim de corrigir uma imperfeição, quando esta afeta a autoestima do indivíduo. O problema é quando se vê imperfeição onde não existe. Ou até existe, mas não se trata de algo relevante, capaz de trazer algum complexo ou sentimento de inferioridade.

jgEssa busca insana pela “perfeição” é preocupante. As pessoas têm se deixado influenciar de tal maneira pela ditadura da beleza, imposta pela mídia, que nunca estão satisfeitas com a autoimagem. Estão sempre à procura de algo mais, a fim de melhorar a aparência.

Usam de todos os recursos disponíveis, desde aplicação de silicone, lipoaspiração, tratamento para celulite, botox, spas, personal trainers, academias, alimentos dietéticos, até dietas milagrosas, que prometem “secar” em uma semana.

Rachel Moreno, psicóloga e autora do livro “A Beleza Impossível – Mulher, Mídia e Consumo”, adverte que o excesso de vaidade pode se tornar um problema de saúde pública. Ansiedade e baixa autoestima são os primeiros efeitos colaterais. Essa perseguição inacabável também desencadeia doenças como bulimia e anorexia.

Não são poucos os casos de modelos e pessoas comuns que sofrem com esses transtornos. Algumas até morreram disso. Outras tantas perderam a vida fazendo lipoaspiração sem haver necessidade. Sem falar daquelas que deixam de se alimentar na tentativa de alcançar o tão sonhado padrão estético.

De volta ao rosto original

A ex-modelo Alicia Douvall é um exemplo de mulher que se tornou viciada em cirurgias plásticas. Foram 300 no total. Arrependida, a ex-modelo, recentemente, se submeteu a uma nova intervenção cirúrgica, a fim de remover implantes feitos anteriormente no nariz, bochechas e olhos e afirmou que nunca mais fará uma operação estética.

Um caso muito conhecido de excesso de intervenções cirúrgicas é o da socialite Jocelyn Wildenstein, de Nova York, ex-mulher do bilionário Alec Wildenstein. Ela acabou tendo seu rosto totalmente deformado e ficou conhecida como “a mulher gato” devido à semelhança com o felino.

fVale lembrar que beleza vai muito além do aspecto físico. Ela é um conjunto de características e fatores que interagem e formam um todo. A beleza está no corpo sim, mas também – e principalmente – na alma.

Quem nunca se deparou com alguém que, à primeira vista, achou extremamente lindo (a)? Mas depois, com a convivência, chegou à conclusão de que ele (ela) não era tão bonito (a) assim?

Ou, o contrário. No primeiro contato, não achou a pessoa bonita, mas depois, pouco a pouco, foi descobrindo uma beleza singular que lhe encantou?

Onde está a beleza?

Por que isso acontece? Porque a verdadeira beleza mora num detalhe, num sorriso, numa expressão, na maneira de ser, na graciosidade, num conjunto de fatores. E é justamente aí que cada um tem o seu valor, a sua individualidade e o seu encanto.

Se buscarmos no dicionário o significado da palavra “beleza” encontraremos o seguinte:

Combinação de qualidades que impressionam agradavelmente a visão ou outros sentidos.
Qualidade de uma pessoa bela.
Caráter do que é intelectualmente ou moralmente digno de admiração.
Pessoa muito bela, atraente e sedutora.
Tudo aquilo que constitui a atração de um lugar.

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Sendo assim, a beleza está nos olhos de quem vê.

Vale a pena meditar nos versículos abaixo:

“Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!” (Mateus 6:23)

“Enganosa é a graça, e vã é a formosura; mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada.” (Provérbios 31:30)

 ArcaUniversal

 

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