Sobrevivente

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Eu comecei a fumar desde os meus 11 anos. Vi isso como uma maneira de aliviar o meu stress. Tenho a certeza que está pensando, ‘Como é que uma pessoa tão nova sabe o que é stress?’

Posso afirmar que eu sabia. Sempre que eu estava sozinha, era forçada a pensar sobre a minha vida desastrosa, especialmente depois de ter sido rejeitada pelos meus próprios pais biológicos e ter sido adotada com apenas seis anos de idade. Logo depois, comecei a fumar maconha, que foi apenas o começo da minha queda.

Já na escola, eu era uma excelente aluna. Eu tive uma bolsa de estudo para ir para uma escola particular e sempre ouvi dizer que eu tinha potencial. Eu era uma menina de classe média com uma grande oportunidade nas minhas mãos, mas infelizmente os meus velhos hábitos seguiam-me aonde quer que eu fosse.

Comecei a sentir-me excluída.

Todos os meus colegas tinham os últimos aparelhos de tecnologia e viviam em casas que mais pareciam mansões. Eu não era como eles, então, eu voltei para os meus velhos amigos; os que usavam drogas e iam às festas. Pensava que pertencia a eles e em alguns meses eu tive uma queda nas minhas notas da escola.

Os meus professores encontraram cannabis no meu casaco e excluíram-me da escola. Fui conhecida como ‘cabeça crac’. Aos 15 anos, eu ainda vivia com os meus pais adotivos, mas fugi de casa porque não me sentia amada.

Quando saí de casa senti-me livre, mas esta liberdade teve consequências terríveis.

Quando eu tinha 19 anos, eu já tinha dormido com mais de 30 homens e alguns deles eram só estranhos. Entrei num relacionamento abusivo com um homem viciado em heroína e eu cai na armadilha dele.

Ele era um homem carismático e carinhoso, quando eu o conheci e fui viver com ele apenas no segundo dia de o conhecer.

Em menos de um ano de relacionamento ele já me batia, usava a sua força contra mim e até me violou por duas vezes. O pior de isso tudo é que eu tinha um segredo que muitas pessoas não sabiam e isso foi a raiz da decadência dentro de mim.

Eu fui abusada quando era criança e essa dor nunca me abandonou. Sentia-me suja e essa foi a razão pela qual eu nunca me valorizei e permiti que todos me usassem. Uma vida cheia de abuso era o que eu sabia.

Essa raiz estava tão profunda que nem mesmo eu sabia como poderia superar isso. Mas foi através de um simples convite para o Grupo Jovem no Centro de Ajuda que comecei a ver a minha vida com outros olhos.

Agarrei a oportunidade que me foi apresentada. Eu estava tão farta da minha vida que eu só queria uma pausa eterna.

Comecei a aplicar o que eu aprendia nas reuniões de quarta-feira, sexta-feira e domingo, assim como as reuniões separadas para os jovens.

Fui incentivada a mudar a minha vida um passo de cada vez e gradualmente, decidi parar de fumar, beber e dormir com outros.

Hoje estou totalmente transformada.

Tenho orgulho de ser quem sou. Conquistei um trabalho a tempo inteiro e estou também envolvida em várias iniciativas para apoiar as pessoas a realizar os seus sonhos. Eu sobrevivi ao que a vida me jogou e transformei-me no que eu queria que a minha vida fosse!

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Stephanie Steadman