Buscando por PAZ em lugares errados

em sua mente, uma criança inteligente, uma grande quantidade,

Fatou Matarr
“Trim! Trim!Trim! Trim” o telefone tocava do outro lado da sala, Fatou Secka se dirigiu ao aparelho quando o próximo ruído ouvido na sala é um “Bang!”. O telefone caiu no chão. “Seu filho teve um acidente …” A voz do outro lado da linha continua: “Ele foi levado para o hospital”, mas tudo o que passou pela cabeça de Fatou foi: “Ele está morto”, seguido por “Minha vida acabou! Que motivo tenho agora para viver? Deus, por quê? POR QUÊ? Por que dar ele para mim apenas para levá-lo agora? POR QUÊ? “”

Aquele poucos minutos pareciam uma tortura infernal, Fatou ia ao hospital e no caminho tremia e lágrimas marcavam seus passos, a todo instante memórias de Matarr passavam pela sua mente, suas últimas palavras, a primeira vez que ela o viu, seu primeiro passo, a primeira vez que ele a chamou de “mãe” …

Uma verdadeira guerra acontecia em sua mente. Cega por suas lágrimas, ela entrava no hospital e fora recepcionada por policiais armados e médicos no quarto.

“Por favor, Deus, por favor, deixe-o estar vivo. Por favor “, implorava ela do fundo de seu coração. Ela não conseguia falar. A cada passo perto do corpo de seu filho, suas pernas tremiam, cambaleavam, até que cederam e ela caiu no chão. Ninguém podia consolá-la, todos podiam ouvir o seu grito de cada extremidade do hospital. Ela não conseguia lidar com aquela situação. Seu interior não foi pronto para tal notícia. Mas espere, ele estava vivo!

“Ele está vivo”, disseram-lhe. Fatou correu para a porta para ficar mais próxima de seu filho, mas a deteram e puxaram-na a força para que saíssse do quarto. Virandose rapidamente para tentar ver melhor, ela não entendia, o por quê não podia vê-lo.

“Eles me disseram que seus ferimentos eram muito grave. Ele havia sido baleado em ambas as pernas. Ele tinha tido uma grande quantidade de operacões. Depois de quatro semanas no hospital, ele estava em casa. Tive meu bebê de volta. ”

Nascido em uma casa, onde seu pai era ausente e sua mãe tentou ser tanto pai e mãe, as coisas não eram muito fáceis paraMartarr, sejamos francos. Incapaz de cuidar de um filho com apenas 19 anos de idade, Fatou o deu para que sua irmã cuidasse dele até que ele completasse 11 anos de idade.

“Minha mãe vinha me ver de vez em quando, mas nunca tive o laço afetivo que ela tanto esperava, porque era muito jovem para entender o porquê que ela fez o que fez.

Eventualmente, quando ficamos juntos, foi um grande susto, porque era como se ela fosse um mãe ausente. Mal a conhecia e nós nunca nos falávamos, comíamos juntos e não nos víamos apesar de morar sob o mesmo teto. Meu pai nunca me visitava e me sentia abandonado por ele. Então, na realidade, eu era como um órfão.

Na escola, fui alvo das gozações de colegas, porque não tinha as “coisas da hora,” mas tudo isso mudou quando um amigo me acolheu. Ele tornou-se como o pai que nunca tivera, mas sempre quis ter “, Martarr lembra.

Sentindo-se rejeitado, Martarr queria ser acolhido, ele queria tanto ter aquela figura paterna, então não pensou duas vezes ao seguir os conselhos deste homem mais velho que o ensinava como sobreviver.

“Ele me ensinou a como andar, como falar com as meninas, como ser um homem. Então, ele me apresentou ao mundo das drogas esta era a maneira mais rápida de ganhar dinheiro. Tempos depois, estava carregando armas para me proteger, porque agora eu era membro de uma gangue. Eu era inteligente o suficiente p -ara saber que aquela vida não iria durar para sempre, mas sair sempre foi um grande problema. Estava muito envolvido e adaptado à aquele estilode vida, que sair não era uma opção. E foi assim, que fui baleado nas minhas duas pernas em um confronto de gangues. A dor era insuportável, achei que nunca mais voltaria a andar. Havia sangue por todas as partes. Nem me lembro como cheguei ao hospital. Levou semanas para que eu finalmente conseguisse entender o que havia acontecido comigo.”

Fatou lembra como eram as coisas quando seu filho voltou para casa: “Quando ele se recuperou, comecei a ver um Matarr diferente. Minha casa estava sempre cheia de rapazes, que pareciam e se vestiam como delinquentes. Eles iam passar a noite em minha casa, e sempre que eu perguntava, Matarr mentia para mim. Tinha um mau pressentimento sobre aquela história toda, Matarr sempre foi uma criança inteligente, mas de repente os estudos não estavam mais em seus planos. Então, um dia ele me disse que havia se dado mal em algumas de suas classes.

E quando ele foi para seu quarto, ouvi uma batida na porta. Era a polícia.”

Vinte policiais armados estavam na porta segurando um mandado de apreensão para Fatou. Eles caminharam para o quarto e minutos depois Martarr surgiu algemado.

Eles tinham encontrado uma arma. Martarr foi acusado de posse ilegal de arma de fogo, e condenado à cinco anos de prisão.

“Parecia como aquele dia que ele havia sido baleado, sentia da mesma forma, que o estava perdendo. Para quem iria viver? Me afundei em álcool, começava a beber a partir das seis horas da manhã. Não conseguia suportar aquela situação, não comia.

Lembro-me da primeira carta que ele escreveu. Levei dois dias para abri-lá. Tudo o que conseguia pensar era: ‘Será que ele está bem? Está comendo direito? Nunca tive PAZ, mas ele dizia que estava ok. Escrevi-lhe todos os dias.”

Os três primeiros meses foram ok para Matarr, a maioria de seus amigos estavam também encarcerados, mas com o tempo ele começou a sentir falta de sua família.

A realidade começou a emergir em sua mente, o sofrimento que sua mãe estava passando por suas atitudes, e a dor transcrita no rosto de sua mãe o deixavam entristecido.

“Minha mãe estava ficando doente e não podia suportar a idéia de perdê-la. Finalmente percebi que tudo que tinha sido ensinado estava errado. Estava preso neste lugar por causa de minhas decisões , foi aí que a ficha caiu. Por causa do meu bom comportamento, fui libertado depois de cumprir dois anos e meio.”

Fatou não tinha ninguém para consolá-la e durante todo o tempo em que seu filho estava preso ela se viu sozinha.

“Não tinha ninguém mais a quem recorrer, somente Deus. Finalmente entendi que foi Deus que o salvou dos tiros. Encontrei o Centro de Ajuda e comecei a vir nas reuniões e ficava constantemente orando por Martarr para que quando ele saísse da cadeia, saísse um novo homem, transformado. Finalmente tive PAZ de espírito. ”

Uma vez solto, Martarr se tornou membro do Grupo/ Força Jovem (VYG), e desta vez, ele aprendeu qual rumo sua vida devia tomar. Lá, ele teve discernimento para rever seus conceitos e ter um novo nascimento, aprendeu tudo que nem um bebê que está aprendendo a andar.

“Ouvi uma palavra que mexeu profundamente comigo, ‘Mudar, está um passo distante de nós’ e tomei essa decisão.”

Depois de anos à procura de um pai, Martarr finalmente percebeu que seu pai era Deus, que sempre esteve ao seu lado. E do meio do nada, ele viu a oportunidade de transformar seus projetos em planos bem sucedidos. Ele já abriu o seu próprio negócio, e para ele o céu não é o limite, mas o ponto de partida.

 

Fatou Secka e Matarr Gaye, Stamford Hill

Fatou Matarr

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