A esposa de um soldado ferido – Parte 2

campo de batalha, um cenário maior,

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Deitada na cama, recuperando de uma cirurgia recente, ouvi a campainha tocando à distância. Uma de minhas filhas e uma das esposas de Pastor que estava vivendo conosco naquela época, foram abrir a porta. Elas ficaram paradas olhando para um mensageiro desconhecido que tinha vindo trazer más notícias.Lamento muito dizer-lhes que houve um terrível acidente… Eles foram levados de urgência para o hospital…” Até hoje ainda consigo ouvir o grito da minha filha. Serviu como uma chamada para o meu dever.

Chamada para o dever

Agora que o meu marido e dois Pastores se tornaram vítimas de guerra, todo o mundo se voltava para mim em busca de respostas. Em poucos instantes, fui retirada da minha condição de enferma e lançada para “os sapatos do meu marido” na linha da frente do campo de batalha. Correndo para o hospital, descobrimos que o acidente foi muito sério. Foi tão sério, que foi notícia nas primeiras páginas dos jornais nacionais. O meu marido ficou preso por horas no volante do carro e os paramédicos tiveram que liberta-lo usando ferramentas hidráulicas. Mais tarde descobriram que ele tinha quebrado a pelvis e ficou imobilizado. Ele estava sob dores insuportáveis e estresse físico. O meu marido, que sempre foi a minha rocha e o meu líder, agora precisava que eu o liderasse e lutasse por ele.

Com a direção das nossas autoridades, me vi tendo que tomar decisões mesmo sem estar habituada a tal. Quem iria fazer as reuniões da manhã, agora que todos os Pastores estavam no hospital? Não podíamos desamparar o povo. Porque estávamos há pouco tempo no país e não tínhamos seguro de saúde, o hospital queria que pagássemos as contas adiantadas. Que hospitais e que tratamentos poderíamos pagar com os nossos recursos limitados? Estávamos nos preparativos de um evento na igreja e o telefone não parava de tocar. Todos procuravam respostas em mim. Não tinha tempo para hesitar. Era hora de colocar em prática tudo o que eu tinha aprendido observando o meu marido em ação e, garantir que a Obra de Deus não parava.

A linha da frente da Batalha

A frente da Batalha não é lugar para covardes. Não é lugar para emoções. Requer muita força e pensamentos estratégicos. Eu não tinha que ser apenas forte para mim mesma, mas para as minhas filhas e para outras esposas de Pastor que dependiam de mim. Elas não poderiam ver a fraqueza. Tinha que as motivar, dar-lhes segurança e ajuda-las a enfrentar as suas próprias batalhas. Eu tinha que pensar na frente e pesar as consequências de cada decisão que tomava, para não causar nenhum problema.

Hoje me sento e reflito nesta experiência, e pergunto a mim mesma, “O que me fez aguentar tanta pressão? Porque não fui, como muitas mulheres teriam sido, esmagada e tomada por aquela situação?” Uma palavra vem à minha mente. REVOLTA! Ela queimava dentro de mim e me fez olhar lá na frente, para um cenário maior. Eu não poderia aceitar não ser bem sucedida na missão que Deus confiou nas minhas mãos. Eu tinha que ver a nossa missão cumprida. Esta revolta me fez enfrentar qualquer obstáculo com que nos deparámos. Falhar não era opção!

Mas, o inimigo que eu estava enfrentando não estava pronto para desistir sem uma batalha. Ele disparava contra nós de todas as direções. Mas ainda assim, recebemos notícias inesperadas, que nos conduziu a um duro e trágico golpe…

Junte-se a nós na próxima semana para saber mais da minha história!

Cláudia Brito
allaboutyouuk.com

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