Marcas do passado

amigo da família, escravo do álcool, resultados da minha vida,

Pauly-LongiNão se passava um dia sem que o pai de Pauly Longi não estivesse embriagado. Quando bebia, ele agredia a esposa, deixando-a com vários hematomas. Enquanto tudo isto acontecia em casa, Pauly também sofria bullying na escola. Não se passava um dia sem que o pai de Pauly Longi não estivesse embriagado. Quando bebia, ele agredia a esposa, deixando-a com vários hematomas.

Enquanto tudo isto acontecia em casa, Pauly também sofria bullying na escola. “As crianças puxavam o meu cabelo, roubavam a minha mochila e riam do fato de que eu mal falava inglês. Aos 10 anos de idade, sofri abuso sexual por parte de um amigo da família. Isso me deixou muito angustiada e confusa. Aquele homem supostamente era alguém em quem eu podia confiar, mas nosso relacionamento logo se tornou a razão pela qual eu odiava a minha vida. Por causa do abuso, eu passei a fugir de casa constantemente, e logo descobri o caminho das drogas. A maconha parecia ser a única coisa que aliviava minha dor; eu precisava estar drogada para não sofrer os efeitos da depressão. Fui suspensa da escola várias vezes por causa do meu comportamento, e meu caso era tão sério que passei a seu acompanhada pelos serviços sociais.

Quando fiz 15 anos, fartei-me de tudo. O abuso, os problemas na escola, o alcoolismo do meu pai… Eu não aguentava mais! A maconha já não fazia efeito, eu continuava a ser a mesma pessoa deprimida depois de fumar, então comecei a me cortar e a considerar o suicídio como uma alternativa. Saí de casa no meu aniversário, mas para ser sincera, eu não tinha a menor ideia para onde ir. Depois de dois meses em sob a tutela do Estado, contei ao meu assistente social e à polícia sobre tudo o que eu tinha sofrido, e fui aconselhada a ir morar com o meu tio em caráter provisório. Enquanto a polícia investigava o meu caso, tive que me submeter a exames em um hospital, e a enfermeira viu as marcas da minha auto-mutilação, o que fez com que eles quisessem me transferir para um hospital psiquiátrico.

Eu me lembro de ver minha mãe chorando, me abraçando e dizendo que sentia muito por tudo o que havia acontecido comigo. Fui transferida para outro hospital e diagnosticada com depressão e estresse pós-traumático. Eu tomava cinco tipos de medicamentos todos os dias, alguns eram anti-depressivos e outros comprimidos para dormir. Durante dois meses, eu fui observada desde o momento que me levantava até a hora em que ía dormir. A perda total de minha privacidade foi uma situação bastante degradante, mas hoje eu compreendo que eles apenas cuidavam de mim. Depois de cinco meses, fui liberada do hospital, e o caso do abuso que sofri foi julgado em tribunal.

Embora o homem tenha sido condenado e preso, o dano já havia sido feito. Também passei a beber em excesso, o que jurei que jamais iria fazer após ver meu pai se tornar um escravo do álcool. Mas eu falhei. Eu estava no fundo do poço, e eu não conseguia ver a luz, até que fui convidada a ir ao Centro de Ajuda. Eu gostei da experiência, era diferente de tudo o que eu esperava e a que estava habituada. Lá, recebi motivação para ser diferente, ajuda e encorajamento sobre como lidar com o tormento que eu tinha sofrido. Havia sempre alguém disposto a me ouvir, e pouco a pouco recebi a cura interior. Os elos com o passado de dor e ressentimento foram quebrados.

Nascia em mim uma nova Pauly! O abuso que sofri já não dita os resultados da minha vida. A minha maneira de interagir com os meus pais é totalmente oposto ao que era antes. Agora nós somos uma família de verdade. E o mais importante, eu encontrei o único que poderia me ajudar na jornada de re-descoberta de mim mesma: Deus.”

Pauly Longi, Plaistow

 

Pauly-Longi

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