Em busca da felicidade

com tantas mulheres, eu tentei explicar, um longo processo,

Em busca da felicidade

 

Todos imaginamos e desejamos ter uma família perfeita. Mas desde o dia que eu vim a este mundo, tive muitas complicações de saúde e, em vez de ser um presente para a minha família, sentia-me um fardo de problemas para eles.

Nesta época vivíamos a Guerra do Ultramar, e o meu pai foi enviado para combater em Moçambique. Por esta razão, sempre fui criada pela minha mãe, com a ajuda das minhas tias e da minha admirável avó.

Você pode pensar que, crescendo com tantas mulheres ao meu redor significaria que eu era a criança mais feliz e tinha tudo que eu queria, mas infelizmente eu cresci sempre

muito doente e retraída, sentindo-me como se ninguém me amasse. Para completar a angústia, uma noite minha temperatura foi altíssima e os médicos não conseguiam encontrar um diagnóstico, então, desesperados, os meus familiares decidiram levar-me a uma senhora que dizia ter poderes para ajudar as pessoas. Ela deu-me algo para beber e eu acabei por desmaiar.

Ao acordar, no dia seguinte, a minha febre tinha desaparecido e eu sentia-me bem. Ao chegar a casa constatei que a minha irmã tinha tido os mesmos sintomas que

eu havia tido na noite anterior. Estranha coincidência! Na mesma época, a minha amada avó, que era como uma segunda mãe, morreu dolorosamente com um cancêr. O sofrimento e a miséria em que vivíamos era indescritível. Eu chorava constantemente, não entendia a razão da morte repentina da minha avó, e por não saber lidar com a dor da perda, ia com frequência ao cemitério, e ali passava o tempo a conversar com a única pessoa que eu pensava poder ouvir-me.

Certa noite, fui para o meu quarto preparar-me para dormir, e ao deitar-me vi uma sombra escura com uma figura de homem. Imediatamente, cobri-me com o lençol. Quando decidi olhar novamente, vi o vulto ao meu lado, eu nem sequer tive voz para gritar, voltei a cobrir-me, o meu coração batia fortemente e o meu corpo estremeceu. Fiquei apavorada.

Na manhã seguinte, eu tentei explicar para a minha família o que eu tinha visto, mas ninguém acreditou em mim. Eles acharam que eu estava apenas afectada com todos os problemas da família e por ser criança não tive muito crédito. naquele exato momento, eu senti vontade de me matar, o desejo de morrer foi muito forte, mas não tive coragem de o fazer.

Ao longo dos anos …fui crescendo, mas sem sabedoria e sem me valorizar, comecei a ver a felicidade em relacionamentos instáveis. Eu me apaixonava com muita facilidade, bastava um homem sorrir para mim e eu deixava-me dominar pelos sentimentos. Comecei a namorar muitos homens para me sentir especial, mas eu era muito “pegajosa” e, assim, os meus namorados rapidamente queriam livrar-se de mim.

Tudo o que eu desejava era ser amada, ter alguém para me dar carinho e me respeitar, mas pelo contrário, eu era maltratada, usada e jogada fora como um lixo.

“O que há de errado comigo?”
“O que eu fiz para merecer isso?”
Eu questionava.

Será tão difícil ser feliz? Mal eu sabia que aquelas questões estavam prestes a ser respondidas. Cansada de tantos problemas, a minha mãe aceitou um convite para ir ao Centro de Ajuda, e para minha admiração, ela voltou para casa, literalmente, uma mulher diferente. Não era mais rígida e amargurada, ela passou a estar sempre feliz e com um brilho no olhar. Quando eu vi a transformação da minha mãe, senti esperança de também vir a ser feliz e, a partir daquele dia passei a participar das reuniões do Centro de Ajuda, e nunca mais olhei para trás. A transformação da minha vida foi um longo processo; Eu tinha que perdoar todos aqueles que me machucaram, aprender a acreditar em mim mesma, e confiar que Deus faria o resto.
Para que minha vida fosse como ela é hoje, eu tive que trabalhar constantemente para isso.

Eu participo das principais reuniões no Centro de Ajuda, que são às quartas-feiras, sextas-feiras e domingos, para que permaneça a mulher feliz e realizada no casamento, como eu sou hoje.

Maria Hill

 

 

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