Quebrando o ciclo do abuso

Andreea SurpanuAndreea Surpanu nasceu na Romênia. Sua mãe era solteira e ela sempre foi muito curiosa em relação ao seu pai. Quando criança, foi informada de que ele morava em Portugal por causa do trabalho. Sua mãe também partiu para Portugal, para seguir seu pai, apenas para descobrir que ele tinha outra mulher.

“Aos 15 anos, decidi que queria conhecer meu pai, então me mudei para Portugal. No entanto, fiquei com ele por menos de um mês, porque sua namorada me bateu. Fiquei chocada com aquilo, então fui morar com minha mãe – que tinha voltado para a Romênia após a traição.

Naquele ponto, minha vida só piorou. Minha mãe tinha um namorado abusivo, que a batia constantemente a ponto de fazê-la sangrar. Fiquei muito assustada. A situação só se intensificou. Cheguei até a vê-la sendo ameaçada com uma faca por ele. Eu fiquei traumatizada. E se ele a matasse? Eu seria a próxima?

Eu sempre pedia para fugirmos, mas ela não queria sair porque a casa estava em seu nome. ‘Mãe, por favor, nossas vidas valem mais do que essa casa’, eu implorava. Era horrível. Costumava me perguntar quanto tempo teríamos que continuar vivendo daquele jeito.

Então, nos mudamos para a casa do meu tio. Eu comecei a ter atitudes rebeldes. Fiz amizade com a turma errada e estava sendo influenciada por eles a beber, fumar, desrespeitar outras pessoas, etc.

Embora estivesse na casa da minha família, havia momentos em que não me permitiam comer. Cheguei até a passar fome algumas vezes, então fazia essas coisas para esquecer meus problemas em casa. No entanto, isso só me levou a ter mais problemas com meus familiares, então eles começaram a me bater.

Quando completei 18 anos, fui morar com um casal de idosos que começou a me abusar verbalmente e me pedir favores sexuais. Eu não conseguia entender por que tudo aquilo estava acontecendo comigo. Seria eu amaldiçoada? Comecei a ter pensamentos de suicídio, e foi nesse estado que cheguei à Igreja Universal. Na necessidade desesperada por ajuda, eu disse a Deus: ‘Se o Senhor não me ajudar, eu vou me matar!’ Eu não aguentava mais viver sofrendo daquele jeito. Estava pronta para fazer o que fosse necessário para mudar minha vida. Primeiro, tive que mudar minha mentalidade – o modo como eu enxergava a vida – então comecei a acreditar que as coisas poderiam mudar.

Não foi uma jornada fácil, pois eu realmente tive que lutar pela felicidade que queria, mas quando finalmente comecei a colocar tudo em prática, pouco a pouco, passei a notar mudanças.

Hoje sou diferente. Não preciso mais beber para apagar minhas lembranças, me dou bem com minha mãe, sou feliz e posso ajudar outras pessoas que estejam passando pelas mesmas coisas que eu passei. Eu usei minha fé para ver as promessas de Deus sendo cumpridas em minha vida.”

Andreea Surpanu

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