Irmã vs. irmã

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Irmã vs. irmãLeandra, como era a sua vida?

“Eu me mudei do meu país natal, Guiné-Bissau, para Portugal, e devido à barreira linguística, as crianças faziam bullying contra mim na escola. Me cansei de ser motivo de chacota, então, para me defender, me tornei agressiva. Construí um poço de raiva e ressentimento dentro de mim.”

Como esses sentimentos negativos afetaram seu relacionamento com sua família?

“Um tempo depois, nos mudamos para o Reino Unido, e foi aí que o relacionamento com a minha irmã começou a se deteriorar. Eu era a mais nova de seis irmãos, então quando a Mamara nasceu, toda a atenção dos meus pais foi desviada para ela. Sentimentos de ódio contra minha irmã começaram a crescer, porque eu sentia ciúmes do modo como meus pais a tratavam. Eu me sentia esquecida por eles. Foi quando comecei a bater nela sem motivo. Me lembro que houve um dia em que eu a espanquei tanto, que ela começou a sangrar. Hoje, me arrependo de ter feito isso, mas na época, não me importava. Toda vez que eu fazia algo contra a Mamara, havia uma reação dos meus pais, e isso era tudo o que eu queria.”

Mamara, como você via sua irmã naquela época?

“Meu relacionamento com a Leandra simplesmente não existia. Nós éramos irmãs, mas vivíamos como estranhas na mesma casa. Eu não conseguia vê-la como uma irmã; a considerava alguém que eu só tinha que dizer ‘oi’ para cumprimentar. Nunca cheguei a guardar rancor contra ela, mas ela não fazia nenhuma diferença na minha vida. Eu sabia que não podia contar com ela, pois ela não estava nem aí para mim.”

Leandra, como você mudou essa situação?

“Eu nunca conseguia falar sobre os meus problemas com ninguém. Sentia que, se tentasse fazer isso, eles não entenderiam minha situação. No entanto, minha mãe me convidou para uma reunião no Centro de Ajuda e, embora eu não quisesse ir a princípio, resolvi tentar. Naquela reunião, aprendi alguns passos que eu poderia dar para mudar minha situação, incluindo o perdão. Descobri que nunca seria capaz de avançar sem deixar para trás o rancor que estava guardando. Quando decidi abrir mão daquilo e me abrir para os conselheiros(as), minha vida começou a andar. Frequentar as reuniões me ajudou a mudar de dentro para fora. Decidi seguir os passos que aprendi e acabei por perdoar tanto minha família quanto a mim mesma.

Hoje eu sou forte, não tenho mais inseguranças nem guardo mais rancor. Minha irmã e eu somos melhores amigas. Não sou mais agressiva com ela. Eu tenho paz dentro de mim. Nunca acredite que Deus não pode mudar a sua vida, porque era isso que eu pensava, mas aqui estou hoje – uma mulher mudada!”

Mamara, como você descreveria a sua irmã hoje?

“Ainda me lembro da época em que ela começou a mudar. Ela passou a demonstrar amor para comigo, sendo legal e fazendo mais coisas por mim. No começo era estranho, porque eu não estava acostumada a receber gentileza da parte dela, mas logo percebi o quanto ela realmente se importava comigo. Sua mudança me inspirou a tentar me tornar uma pessoa melhor também. Fui inspirada a me tornar mais ativa nas reuniões da igreja e também no Grupo Jovem (VYG), e isso aumentou minha confiança.”

Leandra e Mamara Rodrigues

Ao usarem a fé e darem os passos necessários, Leandra e Mamara conseguiram restaurar seu relacionamento de irmãs. Você também está enfrentando problemas familiares? Participe de nossas reuniões semanais, principalmente aos domingos, às 10h.

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