carinho e auxílio, vítima de violência,
“Porque só encontro homens errados em meu caminho? Porque vivo sendo saco de pancada?”
Esses e muitos outros pensamentos viviam aterrorizando Ashkhen, após mais um relacionamento abusivo que havia deixado mais uma ferida emocional aberta.
GRAVIDEZ Aos 17 anos ela engravidou e se viu vítima de violência doméstica, apesar de já estar em um estágio avançado em sua gravidez.
“Da maneira que ele me batia, passei a temer pela vida de meu filho, mas ele parecia nem se importava com o estado em que me deixava. Lembro que uma vez, após uma grave sessão de espancamento corri no meio da neve e liguei para um abrigo.
Estava grávida de seis meses, nevava e eu vestida com uma roupa fina e sandália, morrendo de frio, mas sabia que se eu voltasse para casa, ele teria me matado ou causado a morte do meu filho.”
Abusos e traição Após ter ido para um abrigo, a vida de Ashkhen não mudou. Aos 25 anos ela já havia tido tês relacionamentos fracassados, repletos de abuso e traição.
“Era como se houvesse uma maldição em mim, como se cada homem que eu me envolvesse só quisesse me usar como saco de pancada. Fiquei tão deprimida que comecei a fumar para aliviar a dor que sentia dentro de mim. Me sentia inútil e sabia que meus filhos mereciam uma mãe melhor.
PROJETO RAABE Ao chegar ao Centro de Ajuda, comecei a frequentar as reuniões do projeto Raabe e lá encontrei tudo que precisava: suporte, carinho e auxílio. Abri meu coração e falei de toda dor que havia passado, e cada palavra negativa e complexo de inferioridade que me cercavam foram, aos poucos, sendo apagados e as feridas fechadas.
Os serviços eram confidenciais e gratuitos, e a compreensão e paciência da conselheira foram vitais para a minha reabilitação emocional. Aprendi a importância do perdão, não somente aos outros, mas também de me perdoar por tudo aquilo que havia acontecido comigo e meus filhos. Hoje sou feliz, me amo, sou uma nova mulher. Sei que tenho valor e nunca mais me envolverei em outro relacionamento abusivo, porque sei que mereço ser feliz. ”
Ashkhen Gulbekian, Brixton
Deixe um comentário