A resmungona

áreas de nossa vida, não podia fazer mais, todo o sacrifício,

A resmungona

 

Muito sol lá fora, ah que vontade de sentar numa cadeirinha simples e ler um bom livro… mas como é que eu vou fazer algo tão simples numa época tão complicada da minha vida? Alguns anos atrás, pensava eu que era ocupada, rs… coitada, eu era mesmo sem noção!

A verdade é que desde que cheguei ao Brasil, depois de 20 anos morando fora, também cheguei a uma nova fase da minha vida. Uma fase totalmente nova, sem referencia de como a fulana ou o ciclano conseguiu superar. Como é de meu costume (se eu pudesse escolher, sempre teria o exemplo de alguém para imitar…) tive que aprender do nada, e claro, bati com a cara na parede algumas vezes… De primeira, fui resmungona, só sabia reclamar do tempo que não tinha, das coisas que eu gostava de fazer e não podia fazer mais.

O que eu não sabia é que toda vez que resmungava, invalidava todo o sacrifício que estava fazendo. E sabe qual foi o resultado disso? Demorei a superar e a me adaptar com essa nova fase. A cada gravação de TV, me trancava, não conseguia me soltar, falar o que queria falar, era como se eu estivesse presa dentro do meu próprio corpo. Aí vinha a desculpa…Eu não nasci para isso, não sou apresentadora de TV… então o que se esperar de alguém que não tem habilidades para isso? E enquanto eu me dava essa desculpa, eu não melhorava, não desenvolvia, e se isso fosse tudo, não seria tão ruim… o problema é que dentro de mim ficava aquela sensação de fracasso… horrível.

Ninguém nasce para fracassar, então essa sensação nos faz mal, tão mal que ela acaba respingando para outras áreas de nossa vida… No início dos programas, ainda tinha a dança com o Renato, que me trazia um certo conforto de que ele estaria ali, ao meu lado, acontecesse o que acontecesse, ele estaria na frente da batalha. Só que poucos meses depois, nossa produção aboliu o quadro. E nisso, já tinha se passado 1 ano no Brasil…

Continuação…

 

Claudia Brito

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